O preço do álcool combustível caiu R$ 0,10, ontem, nos principais postos de Ribeirão Preto e passou a ser vendido por R$ 1,39. A redução ocorreu no momento em que o preço do produto nas usinas passou de R$ 0,83 para R$ 0,87 %4uma variação de R$ 0,03%4, no mesmo período.

Por dois meses, o etanol se manteve a R$ 1,49 na maioria das bombas da cidade. A última vez que o álcool teve redução de preço foi em julho, quando o combustível saiu de R$ 1,59 para R$ 1,49, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).

De acordo com representantes dos postos de combustíveis, a diminuição do preço nesta semana foi provocada pela concorrência de mercado. A disputa pelo menor preço entre os postos causou o chamado efeito cascata nas bombas de combustível e reduziu a margem de lucro dos postos, segundo o representante da da Associação de Postos de Combustíveis (Brascombustíveis), em Ribeirão, Renê Abbad. "Perdemos R$ 0,10 e o consumidor ganhou (R$ 0,10). Digo isso por estamos segurando o aumento que vem das usinas há alguns meses."

Segundo o presidente regional da Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), Oswaldo Nunes Manaia Júnior, o valor do etanol poderá ter aumento nas próximas semanas caso o valor as usinas continuem a subir. "Estamos segurando o aumento do etanol que vem das usinas e acredito que não seguraremos por muito tempo", disse.

Para o economista da Faculdade de Economia de Ribeirão Preto (FEA-USP) Edgar Merlo, a queda de preço é resultado de um mercado que não tem o exercício pleno da competitividade. "A pouca quantidade de postos na cidade e a ausência de um posto com políticas de mercado agressivas, dão margem para essa instabilidade."

O representante, em Ribeirão Preto, da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), Sérgio Prado, disse que as usinas estão trabalhando com margem reduzida e não quis comentar sobre possíveis aumentos no preço do álcool. "Posso dizer apenas que se o álcool tem preços menores mesmo com ele aumentando nas usinas, é porque o consumidor está aceitando pagar por isso."

Consumidor aprova queda

A queda no preço do álcool, mesmo que momentânea, como informou o sindicato que representa os donos de postos, foi bem aceita pelos consumidores. "Em poucas horas, após a mudança dos preços, não notamos aumento no movimento", disse o frentista Joaquim Souza. O funcionários público Anselmo Ferreira Caba, 41 anos, disse que vai aproveitar a redução do etanol. "Eu abasteço duas vezes na semana e no final do mês esse dinheiro vai fazer diferença", disse. Caba, que gasta em média R$ 178 por semana, terá uma economia de R$ 12, caso o preço do combustível se mantenha a R$ 1,39 por um mês. O economista Gilson Perenso, afirmou que a queda não é motivo de comemoração, pois o a redução deve durar pouco. "Logo entraremos no fim da safra e historicamente o preço sobe", afirmou. (GR)

OS NÚMEROS

O preço do álcool na bomba e na usina

R$ 1,39 É o valor cobrado hoje pela maioria dos postos de combustíveis de Ribeirão pelo etanol

R$ 0,87 É o valor cobrado pelas usinas pelo álcool. Até a semana passada, o produto era vendido por R$ 0,83